segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Prokemedeu à Segunda-feira

“Mas que coincidência!”

O que serão afinal estas coincidências de que todos falamos? Serão fenómenos para os quais não conseguimos explicação lógica, ou simplesmente obras do acaso com um timming bizarro? E se se tratar deste último caso…será que o acaso realmente existe?

São todas questões para as quais não encontramos resposta por mais que procuremos, tal como saber onde acaba o Universo. Mas é um assunto sobre o qual, sem dúvida, vale a pena pensar um pouco!

Se repararmos, no final das novelas todas as vidas se cruzam, muitas das desgraças que acontecem se vêm a revelar uma porta que se abre para algo melhor e muitos momentos alegres depois se transformam em algo diferente. Aqui, as coincidências fazem parte de um guião, foram projectadas para conduzir ao fantástico desenlace. Aqui, as coincidências são acontecimentos desmistificados, pois quem as escreve tem um poder que nós não temos sobre as nossas vidas. Quem as escreve conhece todas as personagens, todas as histórias e traça os acontecimentos que constroem o seu futuro.

Contudo, na vida real, não somos este ser omnisciente! Portanto, para nós, esses fenómenos transcendem a nossa compreensão, são puras coincidências!

Mas será que também existe alguém a escrever o enredo das nossas vidas? Alguém que tem esse conhecimento e força maiores, alguém que pode provocar encontros e desencontros, que direcciona as nossas vidas? A resposta a esta questão está ligada à da existência ou não de uma divindade ou de um poder místico. Uns acreditam que as coincidências são a demonstração dessa força divina, outros que elas já estavam há muito escritas nas cartas, búzios ou até nas estrelas. Independentemente daquilo em que acreditamos, uma coisa é certa, as coincidências deslumbram-nos e intrigam-nos!

Olhamos para trás nas nossas vidas e pensamos “há males que vêm por bem”! É realmente curioso como os acontecimentos se cruzam e revelam algures na nossa vida. Grande parte das vezes podemos não perceber o sentido daquela coincidência no momento, mas mais tarde vem fazer todo o sentido…ou não! E é aí que reside o fascinante mistério!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Prokemedeu à segunda-feira


Perdida numa rua da cidade Frankfurt vi esta estrutura que para mim representa uma fantástica obra de arte. Uma simples estante de livros acessível a todos os que a quisesse abrir. E o conceito de se poder levar um livro para ler e deixar outro para que alguém leia, o conceito da troca livre de livros fascinou-me. Para além de todos os pensamentos e sensações que aquela peça de arte urbana me proporcionou, contemplar este original suporte de livros inspirou-me para escrever este texto que partilho convosco. Espero que gostem!


Jaz agora esquecido num banco de jardim, ironicamente de regresso às origens, agasalhado num velho plástico.

Tantas histórias para contar para além da sua própria…tantas confissões enclausuradas na sua essência inanimada, destinadas a nunca serem ouvidas, a nunca serem reveladas.

Agora, bastante gasto e de rosto amarrotado, era mais rico! Muito mais rico!

Depois de tantos lugares mágicos visitados, tantas vidas acompanhado, para além dos milhares de palavras impressas, carrega agora consigo valiosas mensagens escritas à mão. Mensagens de alegria, de agradecimento, palavras sempre vindas de algum coração.

O importante é que o seu propósito nunca se perca, esquecido naquele recôndito banco de jardim!

...

O aroma a tinta, o cheiro seco a pó e papel eram a descrição miserável do verdadeiro cocktail de embriagar os sentidos que pairava naquele armazém. Chegou o momento! O momento da sua criação! O primeiro livro a sair de impressão, o mais especial para o seu autor! Não obstante a cambada de gémeos que se lhe seguem, o primeiro exemplar anuncia a chegada ansiosamente esperada da sua mensagem para o mundo. E se não para o mundo, pelo menos para o mais longe que conseguir chegar.

Mas para este autor o primogénito tinha uma missão maior que a sua vaidade e mais forte que o egoísmo com que se debatia. Para este autor, este livro apenas atingirá a plenitude da sua existência quando tiver percorrido o globo, livre das amarras das estantes tradicionais, livre do capitalismo que o sustenta a ele próprio!

Este exemplar teria um destino diferente. Viveria aventuras, levaria a sua história a tantas pessoas quantas a sua consistência permitisse. Correria o risco de perecer precocemente, acidentalmente esfarrapado, ou propositadamente desintegrado numa trituradora. Mas era um risco que o seu autor queria que ele corresse, o risco que tornaria a sua missão notável!

Envolveu-o cuidadosamente num pedaço de plástico suficientemente resistente para o efeito da impermeabilidade e separou-se dolorosamente dele na margem do rio. Ali o deixou só, com algumas palavras de despedida gravadas no seu dorso: " Disfrutem, deixem a vossa marca e partilhem-me com o mundo".


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Ideias Soltas

Hoje acordei com uma frase a ecoar na minha cabeça. Uma frase mágica que me abriu o apetite de ler todas as outras que a rodeiam.

"Fui abraçada pelo mar, testada pelos seus elementos, esvaziada de ansiedade, purificada por pensamentos renovados. Neste processo, reencontrei-me."
in Um Ano à Beira-Mar de Joan Anderson

Irei certamente ler o Livro!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Sugestão da Semana

A Leste do Sol, Julia Gregson

Sinopse - "Outono de 1928. Três jovens inglesas partem no navio Kaisar-i-Hind com destino a Bombaim, na Índia. No seu íntimo, acalentam o sonho de começar uma nova vida, longe dos espartilhos morais da rígida sociedade inglesa. Viva Holloway é uma jovem aspirante a escritora em busca da Índia da sua infância. Para poder empreender a viagem, aceita ser dama de companhia da bela e ingénua Rose, que se prepara para casar com um oficial britânico que mal conhece. A acompanhá-las está também Victoria, dama de honor de Rose e sua melhor amiga, que anseia por se libertar do jugo de uma mãe dominadora. Todas elas têm uma boa razão para deixar a pátria, mas será que estão preparadas para o que as espera?

Num mundo em transformação, três mulheres lutam contra as normas decorrentes da sua condição feminina. Das festas requintadas onde se reúne a nata da sociedade inglesa ao dia-a-dia da vida colonial, é-nos brilhantemente desvendado todo o mistério da Índia e o choque cultural entre Ocidente e Oriente." in www.bertrand.pt

Opinião Prokemedeu - Três mulheres muito diferentes, uma grande amizade, um choque de culturas! Num cenário exótico, a autora descreve aventuras e desventuras no feminino. Com uma escrita cativante e um enredo rico em emoções e lições de vida, Julia Gregson consegue prender-nos a esta história. A escolha desta semana é um bom livro para levar para as férias e saborear ao por do sol. Neste romance agridoce, a busca do passado e do futuro juntam-se numa jornada pelo oriente.
Leiam e partilhem a vossa opinião!




terça-feira, 16 de agosto de 2011

Prokemedeu à Segunda-feira

“Se queres descobrir se amas ou odeias uma pessoa, vai com ela de férias!”

Há uns dias atrás, ouvi esta frase algures! Já não me recordo se foi dita num filme ou se a ouvi na rua, no entanto, congratulo o seu autor por nos presentear com tal afirmação!

Podemos julgar que temos um bom relacionamento com determinada pessoa que faz ou poderá vir a fazer parte da nossa vida, mas, na realidade, será esse relacionamento tão sólido e saudável como julgamos? Obviamente, não entrarei na discussão da definição de “bom relacionamento”, já que só essa divagação quase daria um livro. Mas, assumindo a definição vulgarmente aceite, se temos um bom relacionamento ou não com essa pessoa é o que nessas férias nos propomos descobrir!

Explanando o que de implícito temos nesta frase, tarefas como a escolha do destino, a elaboração de planos e o dividir de funções só por si põem à prova qualquer relação! Mas apenas durante as ditas férias é que se vive a verdadeira prova, uma prova na qual se assumem diferentes papéis, em que se partilham inúmeras experiências, se revelam e confrontam diferentes passados, presentes e futuros!

Quando se trata de um mero conhecido com o qual decidimos partilhar umas férias temos dois modos diferentes de regressar delas: como algo mais que simples conhecidos ou…sozinhos! Por outro lado, se viajamos com um amigo e este quase nos faz cometer um homicídio involuntário…talvez seja mais aconselhável afastarmo-nos dessa amizade corrompida. Contudo, o sentimento pode até sair reforçado e quem sabe não se transformam os laços que até aí existiam! Já no caso de se tratar de um potencial relacionamento amoroso, a verdade é que essa pessoa pode partir connosco para férias tanto como um conhecido, ou como um amigo, pelo que as diferentes hipóteses deste desfecho se multiplicam!

Pensando bem, podemos ser incapazes de chegar a um acordo relativamente ao destino de férias, mas isso não significa que não possamos permanecer amigos dessa pessoa! O fundamental é saber fazer cedências e respeitarmos as nossas diferenças! Podemos sempre encontrar um ponto a meio do caminho no qual existem infinitas possibilidades que não só a de amar ou odiar!

Indo um pouco mais longe, vemos que o oposto desta afirmação pode também acontecer. Tantas vezes descobrimos novas e belas amizades durante as férias que não trazemos na bagagem!

Então, a derradeira prova não são as férias, mas sim o TEMPO! No fundo, esse é recurso valioso e escasso de que necessitamos para descobrir os nossos verdadeiros sentimentos por essa pessoa.

Se decidirmos seguir essa viagem, teremos de ser sinceros, e esperar de volta o reflexo dessa genuinidade. Certamente regressaremos mais leves e iluminados!

Boas férias!